quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Moda x personalidade

Sinceramente, odeio moda. Confesso que nem sempre foi assim, mas numa dessas auto-superações, que algumas poucas pessoas costumam fazer na vida, adquirindo minha própria persona, passei a desprezar a massificação e sua cobrança de padronização.

A moda é uma dessas coisas que surgem da parte de quem não tem o que fazer. Por exemplo a nobreza que sempre inventava algo mais e mais complexo, e até chato ou idiota, pra se diferenciar da plebe - seria como a VIP das boates em que a pista paga a conta da noite. Mas logo, notaram que poderiam ganhar muito dinheiro enganando os trouxas, dizendo que "agora não tá usando". Quem não está usando?, vem a pergunta. Dizem: "essa é a nova lombra". É, eles quem dizem...

O bom é vestir (pra quem veste) o que lhe deixa confortável no físico e no psicológico, e não o que os massificadores querem. É uma feliz coincidência que o clichê, paradigmático e o pré-conceituoso sejam, ao mesmo tempo, divulgados pelas telenovelas, mostradores de (i)"realidade", programecos de auditório e séries pseudo-adolescentes. Digo feliz coincidência pois, os massificadores produzem tais entretenimentos e as massas estão ávidas por saber os últimos clichês da nobreza moderna. Mas não é por acaso que a mesma se diz defensora dos bons costumes e da tradição. Em resumo, massificadores e massa se merecem.
Há décadas os "modelos" de vestuário não são modelos coisíssima alguma. Não representam o corpo humano padrão, ao qual deveriam representar, pois serão os que irão consumir os produtos apresentados. Me falha a memória agora, mas uma fabricante de roupas (canadense ou estadunidense), não produz moda, ela tem sua própria linha de criação; também nas passarelas dão sua (com licença) porrada no mundinho "fashion": os modelos são homens e mulheres funcionários da marca (da pesquisa ao empacotamento). Dá pra concluir que anorexia não tem vez com eles.

Defendo que as pessoas vistam uma calça boca de sino, use costeleta, vestidos "hipie", jaqueta de couro, que ouçam Nelson Rodrigues, Erasmo Carlos, Beatles, disco-music, new wave (pode ser na vitrola): apenas se elas desejarem. Ou não façam nada disso; quero dizer, dane-se o que estão propagandeando pra este ano, este mês, esta semana; use o que lhe agrada, ouça o que lhe agrada... abra sua mente, saia do "masmorro" dos popôs. Isto é uma regra? Claro que não; quem quiser que continue lá (embaixo).

Outra coisa, o modelo passarela, já sabemos, nada tem a ver com saúde, assim como não poder subir um andar sem fadiga também não tem. Então é bom a distância de qualquer moda pra ficar fininho ou pra ficar fofinho. Tem magrela que se cansa fácil por falta de treino e de vitaminas, e tem gordinho que dança a noite toda. É sendo si próprio que se destaca no todo; vestindo o que se quer, dançando livremente, pensando diferente: por acaso a filosofia das "raves"!

Cuidado com as verdades que você aceita por preguiça ou outra conveniência.